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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

[RESENHA DO FIM DO MUNDO] O Guia do Mochileiro das Galáxias — Douglas Adams


Faltam 7 dias para o fim do mundo

"How many roads must a man walk down?"

 Arthur Dent é o típico inglês. Um belo dia acorda com um trator querendo derrubar sua casa. Ela fica no meio do projeto de uma futura via expressa. Aparentemente o aviso estava na prefeitura há meses.
Como qualquer um em sã consciência, Arthur faz de tudo para que parem os tratores, até entra na frente deles. É nessa hora que seu amigo Ford Prefect chega. Ele convence Arthur a deixar pra lá sua casa por alguns minutos e ir ao pub mais próximo tomar umas cervejas.
E é isso que ele faz. Mas quando chegam ao bar, Ford revela algo terrível: a Terra está em seus últimos minutos de existência!



A partir daqui pode conter possíveis spoilers (dependendo do que você considere spoiler). Então já fica o aviso.

A Terra irá ser destruída para dar lugar a uma via expressa espacial (soa familiar?), e Ford e Arthur conseguem se salvar na última hora ao pedir carona na própria nave enviada para exterminar a Terra.
Um vogon e sua poesia
O problema é que essa é uma nave vogon. Os vogons são as criaturas mais repugnantes da galáxia: suas poesias são as terceiras piores do Universo (inclusive usadas como forma de tortura) e são os seres mais burocráticos existentes. Então não é surpresa alguma quando eles expulsam os dois viajantes da nave.
A sobrevivência no espaço só é possível por 33 segundos. Nesse meio tempo, a probabilidade de uma outra nave aparecer para resgatar viajantes perdidos é mínima. Mas a Coração de Ouro não é uma nave qualquer pois ela é movida por um Gerador de Improbabilidade Infinita.
A Coração de Ouro foi roubada por Zaphod Beeblebrox, o presidente da Galáxia. Ele está acompanhado pela astrofísica, Trillian, que conheceu em uma festa na Terra onde Arthur também estava presente, e por Marvin, o robô depressivo. Zaphod também acontece de ser primo de Ford.
A nave os leva então ao lendário planeta Magrathea, onde eles descobrem um grande segredo intergaláctico.

Após os acontecimentos do primeiro, segundo e terceiro livros, o grupo de protagonistas se separa e outros personagens são introduzidos, tornando os livros conhecidos como uma trilogia de cinco.
Esse é um desses livros geniais que dão vontade da gente ler pra sempre. Douglas Adams tem uma
escrita ótima e bem sucinta. Ele fala tudo o que tem que falar em poucas linhas. Talvez por isso os livros sejam tão curtos.

Mas serem curtos não é sinônimo de mal escritos. Ao contrário.
Com milhões de referências e metáforas, Adams constrói uma saga sobre a humanidade de forma sarcástica, irônica e muito inteligente. Isso com apenas dois personagens humanos!

O autor é conhecido por ter sido "forçado" a continuar a escrever. Tinha sérios problemas com prazos. Não sei se tem algo a ver, mas podemos observar que a qualidade dos dois últimos livros é inferior.
Infelizmente essa ótima série tem um final um tanto insatisfatório, embora genial.
 É, de certa forma, diferente do final da trilogia, não tão bom, mas se considerarmos como uma história diferente, ainda podemos ver a beleza do Guia fluindo pelas linhas.

Recomendo muito os três primeiros livros. Os outros dois recomendo se você estiver curioso sobre o que acontece com os protagonistas e não conseguir ficar longe dessa visão maravilhosa do Universo (o que acho que vai acontecer).



Poster do filme
O Guia do Mochileiro das Galáxias foi criado como um programa de rádio na BBC Radio 4 (o início do projeto foi em 1978, mas a última transmissão ocorreu apenas em 2005). Talvez por isso em algumas partes ele pareça não ter tanto sentido. Ou talvez esse seja justamente o charme dessa história.
Além do rádio e dos livros, já virou uma minissérie da BBC Two com 6 episódios (1981), e um filme estrelando Martin Freeman como Arthur Dent, Zooey Deschanel como Trillian, Mos Def como Ford Prefect e Sam Rockwell como Zaphod Beeblebrox (2005).
(Até pouco tempo atrás, a série estava completa e legendada nesse canal do Youtube. Mas fui ver agora e o primeiro episódio foi tirado do ar)



"-Olhe - disse Frankie -, essa história de idealismo, de dignidade da pesquisa pura, da busca pela verdade em todas as suas formas, está tudo muito bem, mas chega uma hora que você começa a desconfiar que, se existe uma verdade realmente verdadeira, é o fato de que toda a infinidade multidimensional do Universo é, com certeza absoluta, governada por loucos varridos." O Guia do Mochileiro das Galáxias (#1)


"-Num Universo infinito tudo pode acontecer - disse Ford.- Até a sobrevivência. Estranho, mas verdadeiro." O Restaurante no Fim do Universo (#2)

"-Esse é um futuro - retrucou Harl. - O seu futuro, se quiser aceitá-lo. Você precisa aprender a pensar multidimensionalmente. Existem futuros ilimitados estendendo-se em todas as direções a partir de agora - e de agora e de agora. Bilhões deles, bifurcando-se a cada instante! Cada posição possível de cada elétron possível expande-se em bilhões de possibilidades! Bilhões e bilhões de futuros brilhantes, incandescentes!" Praticamente Inofensiva (#5)




A toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas e pesadas do rio Moth; pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você - estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro; e naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoavelmente limpa. [Tradução brasileira da Editora Sextante]

É isso mochileiros. So long and thanks for all the fish!



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14 comentários:

  1. E tem o sexto guia, que não é do Douglas!

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    1. Sim, do Eoin Colfer, mas nem considero, justamente por não ser do Adams. sou chata hahaha

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  2. Sou louca pra ler a série, mas sempre surge outro livro que eu acabo dando prioridade. Quem sabe agora não é a hora? haha

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  3. Pera, os vogons são os humanos? KKKKKKKKKKKKKKKKK #brinks. Xo continuar a ler.

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  4. Eu nunca tive a menor vontade de ler a série, mas agora fiquei relativamente interessada. Mas já to vendo que vai ser o tipo de livro que eu tenho que ler fazendo um fluxograma porque me perdi até na sua explicação! hahahaha

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    1. Hahaha, o livro em si não é confuso não. Ele é bem fluído, mas porque é muita informação não dá pra resumir.
      E, nossa, fazer uma resenha sobre O Guia foi difícil pra caramba! hahah Fiquei a tarde toda tentando fazer \o/
      Mas pelo menos você ficou interessada. Já é um começo :D

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  5. Ela teve que resumir a série toda, Clara. Por isso parece muita informação. A Quel só faltou citar mesmo o número cabalístico:42. hahaha

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    1. Pois é Chris. Mas é tanta informação que achei que 42 não seria tão essencial assim pra resenha :/

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  6. Resenha espetacular! Parabéns, resumiu bem e passou o principal da obra do Adams.

    http://legadodaspalavras.blogspot.com.br/

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    1. Muito obrigada! Tentar passar toda a informação do Guia sem ficar massante é super difícil.
      Que bom que você gostou :)

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    2. Vc está dizendo que a resposta para a pergunta fundamental sobre a vida, o Universo e Tudo Mais não foi tão importante?????? Raquel, para o vórtice da perspectiva total AGORA!!!!!!!!!!!!

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  7. Nossa, eu nunca tive vontade de ler essa série também, que nem a Clara. Um amigo meu já me emprestou o primeiro livro, mas eram tantos nomes e espécies e coisas e novidades que eu me perdi e larguei a história na página 50.

    Depois dessa resenha, me animei (um pouquinho só, que eu não sou uma grande apreciadora desse gênero) a retomar a leitura.

    Eu tenho um pouco de preguiça de livros que se passam em outros universos, acho confuso e não tenho paciência para me inteirar (tanto que eu nunca li Senhor dos Anéis, por exemplo). Claro que depois que eu venço essa preguicinha me apaixono pela saga (como é o caso de As Crônicas de Nárnia)

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