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quinta-feira, 16 de maio de 2013

[FEITO A MÃO] Conto de John

O conto de hoje foi enviado pelo leitor Raphael Viana.
Não deixe de ler!

Meu nome é Henrry Collins, sempre vejo que as historias de john são recontadas nos quatro cantos de West Red Valley, são tolos, nunca ouviram historias antes por isso se confortam com qualquer mentira. Terry Pickler é o perfeito contador, culpa dele de toda essa fama ter se alastrado por essas terras, ele deveria continuar com suas plantinhas, louco, cego e idiota o que lhe sobra são esses pares de ouvidos e essa boca maior que  seu senso.

Ninguem nunca viu esse tal John para confirmar essa historias, pobres são esses que acreditam que um dia, se é que ele existe, voltará, tenho muitas historias, a maioria delas deixariam o mais valente com medo de por os pés na rua, esses olhos já viram muitas coisas, mais se abro a boca me torno parte da historia, serei mais uma historia de terror que será contada. Os irmãos  escorpião, é a historia que eu e o velho Pickler  compartilhamos, somente ele e eu sabemos o que aconteceu naquela noite, são os três irmãos  mais perversos que tive a infelicidade de servir, Pickler  sempre sorria, mesmo quando era massacrado por eles, sua vista cançada, gasta e maltratada é o presente que os três o deixaram.

Sinceramente, preciso contar, essa historia acaba comigo todos os dias, durmo e acordo vivenciando partes delas, meus sonhos são intensos, sempre sonho que os três irmãos estão se vingando de mim por algo que não sei que fiz. Meus sonhos costumam se concretizar dias a frente, antes que o pior caia sobre esse velho corpo quero compartilhar com você o meu maior segredo.

Acredito na alquimia e muitas das minhas essências estão chegando ao fim, ficar sem uma delas e interromper qualquer processo promissor que posso ter, fui até as terras de Midgo Soxs, famosas por terem terra de midgar, cascas de Solfeijo e cogumelos Hundulus, é perfeito para esses experimentos, dei alguns passos e tive a sorte de achar algumas sementes de Mariola, alimenta qualquer energia que esteja no núcleo,  mais a frente, vejo Pickler escondido atrás de um Musambo, árvore de pequeno porte, cobiçadas por eliminar Muss nas suas raizes, liquido esse que cura, me aproximei, a curiosidade tomava conta de mim a indecisão de ir em cima de Pickler ou de ter a mesma  visão que ele me dominava, optei  me afastar de onde ele estava e ver o que ele via com tanta dificuldade e concentração, permaneci imóvel, o medo se apoderava de mim pelas pernas, minhas mãos se acomodavam nos galhos mais próximos, a dormência das minhas costas  me matavam de dor, mas sabia de alguma forma que valia a pena esperar.

Com muito esforço pude ver que era  Tyllon, o mais forte dos irmãos escorpião, segurava uma pessoa no alto pelo pescoço, era difícil  identificar quem era a pessoa, as chamas da fogueira camuflava todos eles em uma penumbra com relances dos feixes de luz, forcei os olhos o máximo e pude ver que Enya e Horto estavam com ele, não era menos de se esperar, Enya estava agachada em uma pedra e Horto estava posicionado atrás da pessoa pendurada manejando algo que causava muita dor à vítima, pelos gritos, pude perceber que era uma jovem mulher, Enya gargalhava  e se divertiam com aquilo, por algum motivo senti  um peso em meu peito que não contive em por a mão para conforta-lo , foi ai que quebrei um galho chamando a atenção do velho Pickler, que venho em minha direção, sem muitas apresentações ficou eu e ele observando toda aquela atrocidade, comecei sentir muita dor  no peito, foi quando Pickler lentamente virou seu rosto e me indagou com toda certeza do mundo.

- Isso te atinge né? Pickler olhava dentro dos meus olhos.

- Além de cego é vidente? Tentei camuflar qualquer chance dele ter certeza do que tinha dito era verdade.
Voltamos  a olhar fixamente, Tyllon havia soltado já a pessoa, Enya  sumiu diante dos meus olhos com uma fumaça preta, Horto se agachou próximo a pessoa enquanto Tyllon pisava na cabeça da jovem, senti um peso em um dos meus bolsos quando percebi que sempre andava com a minha luneta, abri com todo cuidado, ainda pensando como Pickler estava acompanhando tudo aquilo, não quero perder tempo com esse velho, abrir toda a luneta acertei toda a minha visualização foi quando vi que a jovem era filha de Pickler e ele sequer fazia ideia.

-Pobre moça! Repetia Pickler sem tirar os olhos da cena.

- Tem razão velho! Tentava manter minha postura, aquilo estranhamente mexia comigo e eu não queria estar ali, estar passando por aquilo e correndo um enorme risco.

- Estou indo embora, não vou participar disso! Com raiva tentei me impor diante  dos meus próprios sentimentos que estavam sob julgamentos naquele momento.

- Vá  Collins, é o melhor que faz, sempre fugindo de si mesmo.

Mais uma vez esse velho consegui mexer comigo, comecei a suar frio, minhas mãos tremiam, estava muito escuro, tentei dar passos mais largos e rápidos, olhava para todos os lados para certificar-me que não estava sendo seguido quando tropecei em um galho seco, me rastejei para que nenhum tempo fosse desperdiçado, levantei, mantive o rítimo, queria esquecer tudo o que estava acontecendo, voltei para casa, tomei uma dose de Malbur, uma bebida típica de West Red, me sentia mais seguro longe daquela situação.

Já era manhã, meus olhos degladiavam com os primeiros feixes de luz que adentravam a minha janela empoeirada e com remendos, perdi totalmente a noção de tempo o que me amparava eram as velhas madeiras, gastas e queimadas que eu fazia de chão, por instinto, me aproximei da janela e vi uma grande concentração de pessoas na praça, tentei ajeitar a minha roupa e logo saí  em direção à  multidão, minha mente fazia ligações, que o que estava acontecendo ali tinha haver com a noite passada, chegando lá era a jovem menina de cabelos ruivos  e seus vivos olhos azuis celeste, pendurada  em um dos mastros de Weslleys, um bar onde abriga viajantes, as cordas seguravam suas pernas,braços e pescoço e com ela, nas suas costas branca e pálida, uma mensagem em mudah, língua dos mortos:“ Jaz agora, o escorpião obediente e adormecido.”

Cai de joelhos diante de toda essa maldade, nenhum relato era tão aterrorizante quanto o que esses olhos pode ver, se passou 3 anos  e John e nenhum que dizem retorna, retornou para fazer algo, sinto raiva, sinto medo e ainda me vejo sobre essa capa da invisibilidade trabalhando na ordem dos  Escorpiões.

Pickler mantém sua vida em silencio, não puder notar se ele estava na praça, tive que me recompor rapidamente para não causar suspeitas, afinal, não era conhecido por ter sentimentos, todas as manhãs era possível ver Pickler  cortando as ervas que não prestavam, podando as flore, árvores e regando todas as plantas dos portais de West Red Valley.



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