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quarta-feira, 30 de julho de 2014

[RESENHA] Minha Vida Fora de Série: 2ª Temporada — Paula Pimenta

   

       Mais uma resenha sobre um livro brasileiríssimo e eu não poderia estar mais feliz por isso. Antes de tudo, devo dizer que eu adoro a Paula e sigo seu trabalho desde que Fazendo Meu Filme 1 ainda tinha aquela capa com os rolos de filme na cor rosa (faz tanto tempo assim? Parece que foi ontem). Desde então bons anos se passaram, mais livros da Paula vieram e eu os devorei completamente, mesmo já não sendo mais da idade do público alvo deles. E o último lido da vez foi MVFS2.
   Juro pra vocês que tentarei não dar spoilers, e se os der, avisarei antes, embora seja um pouco difícil não revelar nada da história, mas vamos lá:

   Minha Vida Fora de Série 2 começa alguns anos depois do livro 1 e já nas primeiras páginas retoma em flashback uma viagem feita pela personagem Priscila à Disney. Nela, certas coisas acontecem fazendo o namoro entre a Pri e o Rodrigo sofrer um abalo sério. Tenho que admitir que no começo do livro eu queria gritar com todos os personagens; com o Rodrigo, com a Priscila, com as amigas da Priscila, com as pessoas da excursão e assim por diante (e olha que eu sou a pessoa mais calma do mundo quando o assunto são personagens que erram). Foi um início realmente tenso, mas ao mesmo tempo compreensível e totalmente dentro do propósito do livro.


Não consigo mais imaginar o Rodrigo sem a cara do Steve R McQueen

      Ao longo da história as coisas melhoram um pouquinho entre os personagens principais e aí vem o ponto forte da trama que, ao meu ver, fez a Paula mostrar que não escrevia apenas um livro de amorzinho (como provavelmente diria a Fani). Em meio a uma relação conturbada com Rodrigo, Priscila ainda acha tempo para reivindicar o direito dos animais e dos estudantes da escola ao ser escolhida para o grêmio.

   Sinceramente achei uma atitude louvável da Paula de colocar esses pontos na história, pois mostra aos adolescentes que se eles tiverem força de vontade e bons objetivos eles podem mudar o mundo sim, ou, ao menos, iniciar uma mudança, mesmo que ela não seja imediata. Ou seja, a Paula nos trouxe o velho “você pode fazer a diferença” que já ficou tão desacreditado, principalmente no mundo juvenil onde os adolescentes são tachados de alienados e superficiais. Estereótipos que a nova geração está fazendo questão de deixar para trás assim como o de que “eles não leem”.

  Outro ponto positivo foi ver o universo de Fazendo Meu Filme se cruzando com MVFS2. Acompanhar a luta do Leo para conquistar a Fani e ver o quanto os amigos ajudaram ao seu modo nisso, inclusive  a Priscila e o Rodrigo, foi meio que voltar no tempo. Me senti muito nostálgica quando apareceram as “cenas”, pois eu já sabia como aquilo ia terminar, e ficava suspirando só de relembrar a coisa toda.

Recordar é viver, já dizia o ditado popular... e a minha vó.

   Mas, voltando ao casal principal, se eu disse no penúltimo parágrafo que as coisas  melhoram um pouquinho (inho mesmo) entre os personagens, a coisa não flui muito bem da metade para o final do livro o que realmente me deixou com o coração apertado e... bem... eu chorei. E isso não acontecia desde Fazendo Meu Filme 3 em que eu quase desidratei. No entanto, como já disse, tudo no livro tem seu propósito. E, na minha humilde opinião, foi a história mais verdadeira e próxima da realidade que a Paula já escreveu. Pois demonstra que nem sempre os dias são coloridos em um relacionamento, e que ele pode ter muitos altos e baixos, às vezes muito mais baixos do que altos, sem mencionar que as pessoas erram, mesmo sem querer, e acabam machucando umas as outras. Mas isso faz parte do processo de crescimento e foi demonstrado habilmente pela autora ao longo das 419 páginas de MVFS2.

Calma, Priscila. Não tá fácil pra ninguém.

   Então só tenho a elogiar esse último livro da Paula e dizer que ela chegou a um nível de maturidade literária que muitos escritores de histórias adolescentes ainda não alcançaram. Logo, super recomendo Minha Vida Fora de Série 2. Mas já vou avisando que vocês vão ter que ter um pouco mais de paciência com as personagens dessa vez, pelo menos até o fim, que é lindo por sinal e a gente finalmente respira dizendo: Ufa!


P.S.: Eu amei as citações de Everwood, pois eu adorava esse seriado. Na verdade, quando as citações apareciam eu me lembrava exatamente das cenas. Então foi um plus que deixou a leitura ainda mais gostosa. Ephram e Ammy forever! E sim, a Ammy é a garota vingativa de Revenge.



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