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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

[FEITO A MÃO] As duas pessoas de mesmo espírito




Antes de tudo, deixa a autora falar: houve inspiração dela por parte de Magic Kaito/Detective Conan e quem leu ou viu os dois animangás pode advinha do que (ou mais especificamente, quais pessoas) eu tirei a inspiração. Embora em outros trabalhos role personagens de outros trabalhos que também sejam mágicos E ladrões por alguma causa, como em P.R.A.T.A. 1: O assassino relutante do Eoin Colfer (aproveitando meu ataque de fangirl, Riley é meu bebê çç) =P

Mas bom, pessoal, esse vai ser um conto menor do que o do meu costume (contos grandes/minisséries) e envolve um jovem mago que tem um trabalho do governo que envolve coletar peças de artes que estão 'contaminadas' de alguma forma.

Divirtam-se e não esqueçam de dar suas opiniões =)


As duas pessoas de mesmo espírito



Era dia doze de junho de 2014, horário dezesseis horas e quarenta e cinco minutos, local uma exposição de quadros de um artista plástico falecido dezenove anos atrás, a mansão do filho do artista.
- Olha - começou o outro menino, quem era o responsável, dos dois garotos escondidos no andar superior abandonado da mansão, de trazer a bolsa esportiva com o traje e também o mais novo dos dois. - faço a mínima ideia do motivo de você ter que fazer isso.
- É simples. - disse o jovem que retirou as roupas na escuridão e, com a visão já acostumada com aquele ambiente depois de tanto tempo trabalhando daquela forma, e quem logo pegou a outra muda de roupa, a extravagante com chapéu, máscara e capa. - Eu pego o quadro. Eu enfrento o mal. Salvo o dia. Devolvo o quadro. - a voz saiu ensaiada, como já tivesse entoado aquela explicação mais de uma vez. - Não é muito fácil você entender com sua cabecinha de treze anos.
O menor, Paulo, olhou o outro com ironia e retrucou:
- Até parece que você mentalmente tem também dezessete.
- Minha mente não tem idade. - sem alterar o tom de voz, o adolescente falou, já vestido de sua calça, uma camisa e pondo o paletó com muita rapidez. - É restritivo definir uma idade pra as coisas além do corpo, você não acha?
- Eu sei lá. - Paulo não havia mudado sua opinião: podia ter treze anos e aquele garoto poderia falar o que quisesse, mas ele, Paulo, ainda achava que o outro era uma criança mentalmente. - Às vezes eu fico pensando nas coisas que minha irmã fala de você e acho que ela tem razão. Você deveria se meter menos em encrenca… Os caras lá, daquela agência que cê participa, não podem cuidar disso?
Valter parou na menção da conhecida. Ele também parou por já ter pensado algumas vezes em desistir daquele seu trabalho em desfazer as coisas - espectros tóxicos, criminosos com poderes, objetos escondidos que às vezes continham alguma maldição - que possuíam aquelas obras pelo país.
Ele não possuía país como Paulo e a irmã do menino, então tinha sido um tanto díficil arranjar um modo de se sustentar. Fora que, como ele usaria aqueles poderes de forma útil? A mãe o deixou aos seis anos e desde lá teve que se contentar em ficar em um ‘orfanato especial’. As pessoas da escola, que tinha que frequentar por obrigação, na época o viam com certa desconfiança, mas pelo menos Janice o fez sua companhia desde aqueles dias. Valter queria muito sair do orfanato, só que as famílias, as que visitavam as crianças para adoção, achavam que ele era esquisito. Ele sabia que não era culpa dele quando acusavam “Esse garoto deve ser filho de alguém envolvido naquelas seitas, pra minha esposa ter flutuado sozinha para a porta antes mesmo de tocar ele” ou “A macarronada virando purpurina e fumaça não pode ter sido do nada, né, Seu Valter”.
Por causa disso, ele aceitou logo quando deram uma oportunidade de emprego. Não exatamente um emprego, como era um pouco além: receberia moradia, alimentação e, dependendo de como iria na missão, certo dinheiro. Sua especialidade era magia, mas ele gostava de encobrir como mágica e usar aquelas roupas de ladrão elegante que já vira algumas vezes em mangás. Eram absurdamente excêntricas, mas, ei!, elas eram parte do charme.
E o trabalho dele, que envolvia obras de arte e joías, de roubo-purificação-e-devolução, consistia em ele não abrir sobre sua identidade para ninguém; exceto para Paulo, mas Paulo era seu pequeno escoteiro, assistente, médico, secretário e também superinteligente, embora Valter muitas vezes achasse que ele precisava de uma boa orientação de alguém modelo.
E Janice? Bom, ela o odiava.
Não ele mesmo. Tipo, não ele ele mesmo. Ela só odiava a outra pessoa (seria quase impossível o inverso ou que ela não gostasse mesmo dele).
A opinião de Janice sobre ladrões é de “uma vergonhosa desonestidade” e ela rolava os olhos enquanto uma boa parte da turma urrava em vitória pelo ‘ladrão misterioso’. Talvez fosse influência dela ser filha do delegado que sempre tinha um olho por onde ele, como ladrão, passaria. Nenhum dos dois, pai e filha, sabiam do segredo, embora ambos desconfiassem que Paulo não era ‘só uma criança bastante inteligente’. Valter precisava dos dois achando que as duas pessoas, ele como civil e ele como ladrão, eram diferentes, pois senão a informação geraria tremendo caos.
Ele não queria também que Janice o olhasse como o ladrão. Ele queria que ao menos ela lembrasse dele como sendo ‘nada especial’, só um garoto comum, um amigo (que por tinha um extremo gosto de pregar peças na própria turma). Se ela o visse como as duas pessoas, seria um outro problema, fora a provável briga. De vez em quando, Paulo soltava um daqueles seus sorrisos de quem sabe de muitas coisas e insinuava “Não venha com essa, você não parece gostar da minha irmã só como amiga”. Algumas vezes, Valter concordava, outras vezes ele discordava.
Era algo da vida dele que era trabalhosa, mas que escolha ele tinha?
Valter posicionou o chapéu amarelo em seus cabelos que, com magia, disfarçou em uma cor branca. A máscara já estava no seu rosto no momento em que ele deu a resposta para Paulo:
- Seria injusto eu deixar o que deveria ser meu trabalho para aqueles caras. Além disso, eu não tenho que pagar as contas de luz e da operadora nesse mês?
E ele desapareceu, não demorando a começar seu show pessoal na parte exterior da mansão.

FIM








(Fonte da imagem da chamada: http://mais-benfica.blogspot.com.br/2009/06/um-conejo-tirado-da-cartola.html)


Você, leitor, que tem seu conto.
Texto pequeno.
Música.
Poema.
Poesia.
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