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sábado, 19 de dezembro de 2015

[FEITO A MÃO] Correndo dos lobos - Parte I

Créditos: http://meioambiente.culturamix.com/natureza/importancia-das-nuvens-para-o-ciclo-da-agua


A artista aspirante Daniela Araújo é convidada por um velho amigo a comparecer a uma pizzaria. 


Olá pessoal! Mais uma série de textos :) Não consigo chamar de contos, mas fico feliz que consegui um tempo para escrever algo para cá, haha. 

CORRENDO DOS LOBOS - PARTE UM

Era um bom dia de outubro quando Daniela avistou nuvens na frente da cor azul clara do céu e as cumprimentou:
Que bonitas elas estão! a alegria fez um sorriso brotar no seu rosto delicado Ah, se eu pudesse ser capaz de capturar essa imagem o tempo bastante para fazer um rabisco...
Daniela estivera pintando as suas telas com a aquarela que sua genitora comprara no dia anterior. Seus traços eram finos e refinados com o pincel e, por causa de seu hábito de geralmente usar o sábado e o domingo, ela havia se tornado mais rápida em terminar seus quadros. Seu pai estava passeando com seus dois irmãos maiores em um parque da cidade. A rotina dos finais de semana era assim na família Araújo: seu pai, Danilo e Diogo saíam por uma ou duas horas, sua mãe cuidava da horta que possuíam na casa estilo germinada e Daniela passava o tempo fazendo suas pinturas.
Era uma atividade que começara ainda em seu Ensino Fundamental, um hobby que compartilhava com um de seus tios que a incentivava bastante, e que se tornou uma espécie de um micro negócio. Era uma jovem de 21 anos, mas, ainda que muitos de seus colegas tenham a desejado cursar Artes Visuais, ela preferiu esperar após o Ensino Médio para ver qual faculdade realmente desejaria. Até aquele momento, que terminava de pintar os galhos de uma caramboleira sob duas crianças que faziam um piquenique, ainda não decidira qual, mas ocupava suas semanas negociando alguns quadros pela internet e organizando exposições tímidas em vias públicas.
Não que não sobrasse tempo para sua diversão. Muito pelo contrário.
Dani! sua mãe a chamou da cozinha, os cabelos amarrados em um rabo de cavalo e vestindo um avental laranja Seu celular está tocando!
A garota pausou o movimento   com seu pincel e o deixou ao lado do quadro.
Deixei ele aí? — quis saber, antes absorta nos detalhes.
Sim, mocinha a mulher voltou a picar os ingredientes para a sopa Você se esqueceu? Você deixou seu celular carregando antes de ir pintar fez uma pausa Estava tocando bastante. Ouviu não?
O volume do toque é baixo daqui para a varanda esclareceu Daniela, antes de clicar para acender a tela do celular e checar duas ligações de uma de suas amigos Ah, é João Vitor.
O que ele queria? disse a mãe, antes de ouvir um barulho de um carro freando repentinamente na rua e se dirigiu para a varanda com o fim de ver o que acontecera.
A menina ainda encarava o aparelho e suspirou ao se ver só.
Eu não sei, mãe Daniela se deu de ombros e discou para o número dele. Aguardou até ouvir a voz alegre de seu antigo colega de colégio. Oi, aqui é a Dani. O que aconteceu, João?
Dani! um riso ecoou no telefone Oi, e aí! Tudo bem aí?
Eu vou bem, João a voz dela soou tranquila, mas com uma pinta de irritação Estava pintando um quadro antes de você me telefonar.
Ah, mil desculpas, mas acho que não vou aceitar um não... Exceto se você não tiver tempo de verdade e não puder vir, o que eu vou entender se você explicar.
Não, tenho tempo ela se encostou na pia, que ficava na frente de uma fotografia dos cinco tirada há três anos atrás Pode falar. Você está planejando ver Star Wars no cinema hoje?
Eu estava planejando em ir ao cinema, mas a coisa é que estava com fome hoje e queria ir pra algum lugar pra eu e meus amigos comerem.
“Meus amigos comerem”, Daniela não pôde evitar de congelar quanto à menção. João Vitor era seu amigo desde que os dois começaram a conversar sobre filmes de ficção cientifica e, desde então, os dois formaram uma amizade duradoura. Como amiga dele, fora apresentada para várias pessoas e entre elas Guilherme, um menino que estudava sempre em outra turma e quem expressou um profundo interesse em conhece-la. Os dois iam se aproximar para uma relação além da amizade, mas sua mãe conhecia um dos irmãos do moço, de infâmia entre as mães do colégio, e a aconselhou a se afastar dele. Ela não a dera muito ouvidos, mas a notícia de algum modo escapou ao conhecimento dele e ele começou a travar discussões com Daniela. Isso acabou gerando uma tensão entre as duas partes, as quais não puderam evitar de se encontrar por mais que quisessem o inverso. E Daniela sabia, simplesmente sabia, que João Vitor sabia do ocorrido e que ele também almejava remendar o laço.
Pizza, sushi, sanduíche? questionou, vendo-se incapaz, mais uma vez, em dizer “não” e se deslocou para a geladeira para a abrir Você já combinou um horário com a galera?
Daniela pegou uma maçã e fechou a porta.
Combinei umas 19h, mas pensando que eles podem chegar umas 20h disse ele São 17h30, ainda estou aqui em casa vendo se meu pai não poderia me deixar na pizzaria aqui perto de casa. É barato o rodízio e as pizzas são bem feitas.
Ah, pizzas? fez ela Eu já fui com você aí umas treze vezes, João. Sei como são gostosas.
Então, fico só preocupado com a hora de ir embora. Esperar naquela parada lá próxima me parece perigoso se você for sozinha.
Eu sei me virar, João ela não pôde conter um sorriso ao andar até a varanda e ficar ao lado de sua pintura Eu já andei sozinha de sua casa para a minha várias vezes e a rota é considerada perigosa. Fica tranquilo.
João tem toda a razão disse a mãe, quem começara a escutar a conversa e que virava seu corpo para voltar à cozinha É perigoso andar sozinha por aí. Você pode pedir para seu pai a pegar na pizzaria. O telefone deve estar carregado mesmo...
Fica combinado, então Daniela não conseguia deixar de notar o alívio que se acentuou na voz dele Você vai e volta com alguém ou com seu pai. Eu poderia te levar se a minha moto não estivesse em conserto.
Daniela tinha assombro em andar de motos. Velocidade, medo de cair. Ficou mentalmente agradecida por ter escapado. Ela já havia dito várias vezes a ele, mas João Vitor dificilmente se lembrava desse detalhe quando a convidava para passear na “motoca”. Por outro lado, seus irmãos achariam a ida de moto “irada” e seus pais não gostariam de saber da carona.
Ao conseguir acertar com João Vitor uma futura pintura que ele queria muito, um desenho do Capitão América, ela desligou o telefone e foi para a varanda para pintar até o relógio da sala dar 18h. Assim, ela arrumou suas telas, tintas e pincel para dentro do quarto. Danilo e Diogo chegaram minutos depois junto com o pai, os três encharcados de suor. Comentaram que o trânsito, como ela temia, estava terrível. O trajeto, calculou, não seria curto, mas também não a impediria de chegar no horário dependendo de como estivesse o tráfego. Isso a deixou em estado de maior pressa, fechando a porta do quarto para poder trocar o macacão sujo de tinta por um par de camisa e calça comprida. No instante em que buscava seus sapatos, Danilo batera na porta para jogar três barrinhas de cereal.
Para onde você vai? perguntou ele, franzindo a testa ao ver a irmã caçula em trajes para sair.
Vou para a pizzaria perto da casa do João.
Ah, aquele cara Diogo apareceu no ombro do irmão e assobiou Vem cá, Dani, vocês dois namoram ou coisa assim? A cada duas semanas é um convite para sair.
Chega pra lá, somos só amigos disse É nada além de amizade.
Vai chegar um dia que nossa querida irmãzinha vai trazer um homem aqui em casa Danilo interrompeu Não vai ser hoje.
Jura? Tá bom. Nós podemos apostar se nesse mês ela não... Daniela jogou um olhar mortal na direção de Diogo. Seu irmão sempre se divertia em fazer apostas com os dois, como gostasse de estar brincando com o destino ou como chamavam a vida que possuíam Vish, que cara é essa de quem chupou limão?
Cadê o pai? Danilo perguntou, virando-se para um canto fora dos limites da porta.
O velho deve ter saído para poder ver o jogo Diogo deduziu e isso fez as chances de Daniela pedir uma carona descerem Você tem dinheiro para o ônibus, guriazinha?
Eu economizei bastante nesse mês disse ela Tenho doze reais para os ônibus e vinte para o rodízio.
Você pediu as telas de nossos pais cutucou Diogo, um rapaz com uma honestidade de irritação nem sempre requerida Você poupou dinheiro. Claro que economizaria.
Diogo, shiu fez Danilo, dando um olhar de advertência para o irmão e um toque em seu ombro.

Terminado de calçar seus sapatos, Daniela terminou de se arrumar e foi na direção da porta. Despediu-se, abriu a porta e desceu a rua até chegar na parada de ônibus. Carros de polícia patrulhavam a área e ela fez de tudo para manter o celular na bolsa que levava consigo. Seu ônibus chegou alguns minutos atrasado e quase que ela não entrava, como o motorista quase passava antes de a ver saltando e acenando para ele parar.
CONTINUA...

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